sábado, 5 de junho de 2010

Comentário sobre reportagem "Cabeça de homem"


Branco, alto, magro, sem calvice, com carro e imóvel, sorriso claro sem falhas, estabilizado financeiramente, com/concluindo superior.
"Pequena amostra" seletíssima...
A "mulher ideal" deles é simplesmente uma mulher inteligente e simpática, provavelmente com formação superior, que saiba agradar em casa e ao sair para comer/beber/dançar, sem ciúmes e com projeto para vida profissional.
Se considerarmos que a escolaridade média das mulheres é mais alta que a dos homens, que elas estão conquistando grande espaço/qualificação no mercado de trabalho, que dança lhes é algo incentivado culturalmente, que é difícil uma mulher gostar de ficar plantada em casa, o "ideal" que sobra é "não quero casar mas me dedico a você". bah...





quinta-feira, 3 de junho de 2010

Violência e conflito

A violência não é natural do ser humano, ela é naturalizada, como se fosse algo natural, com que as pessoas nascem ("esse aí vai ser bandido quando crescer", "o cérebro daquele adolescente é diferente do seu"), banalizada como se fosse algo do cotidiano de tão comum e sem consequências punitivas/mediadoras. Ela é propagada pelos mecanismos culturais da sociedade, aprende-se a ser violento e agir de forma a intervir negativamente na vida do outro. Assim como a violência é cultural, a cultura de paz também se constrói e se aprende pelos seres humanos, todos precisamos construir socialmente a paz. 

Há diferença entre o conflito e a violência. O conflito é um desacordo/incompatibilidade entre duas ou mais pessoas em relação a suas opiniões, valores, objetivos ou necessidades, faz parte da condição humana. 
A forma como encaramos os conflitos é que os torna negativos ou positivos. Já a violência tem a característica de anular e prejudicar o outro, ferindo os direitos humanos. Não há possibilidade de mediação de conflitos em situações de violência mas inicialmente a ação é do poder judiciário.

A agressividade também tem conotação positiva ou negativa. Lutar pelos direitos humanos é uma forma de agressividade para algo que produza resultados positivos.

Tomando como exemplo a inclusão e exclusão, como queremos ter uma sociedade inclusiva se na própria ESCOLA os alunos já praticam exclusão e os responsáveis são convenientes com isso?

terça-feira, 1 de junho de 2010

Consideração sobre as "intoleráveis" religiões

Resposta a tópico no orkut:

As religiões não são a única causa das atitudes racistas, homofóbicas, misóginas. Existe uma estrutura socioeconômica na sociedade que permite e mantém essas atitudes. 

É só a gente pensar, por exemplo, na escola. Nosso grande objetivo no ensino médio é passar no vestibular. Matérias relacionadas à ética e a formação cultural do indivíduo são diretamente inexistentes e quando existem são matérias sem proposta pedagógica evoluída ou sem conteúdo reflexivo e questionador, mantendo o sistema de notas para avaliar os "bons indivíduos" e mostrar como são incompetentes e "rebeldes" os outros adolescentes. 

A escolha profissional vai sendo pautada no que "dá dinheiro" (só pensarmos nos tópicos da comunidade perguntando se "o mercado tá bom"), ou seja, os indivíduos vão sendo escolhidos, nos submetemos a trabalhos sem dignidade, extremamente desgastantes, aceitamos ser encoxados no trem e no metro porque estamos fazendo algo "produtivo" até o fim do dia, conseguiremos consumir alguns segundos de felicidade no fim de semana para sermos novamente encoxados na segunda-feira de manhã.

Nessas condições, as religiões aparecem para manter essa postura ideológica mas são mais um dos determinantes sociais que moldam o indivíduo.

Considerar "não tolerar o intolerável" pras religiões, é mais um discurso naturalizante pois a carga ideológica passa pro futebol...