terça-feira, 5 de julho de 2011

Doença mental do homem

Enquanto me coloco a pensar sobre a relação do homem com os demais seres, algo me tira o sono, algo me inquieta, seria tão somente aos outros a quem me refiro quando retrato a seguir o cerne de minhas preocupações ou estaria advertendo a mim própria juntamente com as advertencias macro? Não seria efetivamente fruto de qualquer falta de mediocridade dizer que o problema não me encomoda em todas as direções e que as reflexões vindouras são fruto deste debate interno e externo perante as atrocidades humanas cometidas em relação aos animais não humanos.


Dou para este texto o nome de doença mental do homem, e sumariamente sugestiono um segundo nome; egoismo. De modo que possamos entender que o ponto central das atitudes escancaradamente errôneas (posto que violentas, parto da premissa que violência desnecessária é sempre um erro, e ela é sempre desnecessária) dos homens perante a natureza são desde sempre baseadas em uma visão de mundo diminuta, antropocentrica,especista, em suma ego direcionadas ou trazendo para o âmbito mesmo da exorbitação patológica, que chamamos de egoístas.


De que modo podemos pensar as relações humanas com os animais de forma que não seja extremamente patológica como habitualmente estamos acostumados (digo acostumados a pensar ainda que acostumar-se possa significar mesmo o contrário de pensar)?


Dos animais existentes no planeta o homem é o único que acumula deveras exorbitantemente mais do que seria necessário para sua existência. Seu acumulo vai de bens como objetos, carros, sapatos de couro, roupas, produtos estéticos, e uma série infinita de utensilios, sendo obviamente desnecessário seu uso do ponto de vista existêncial(que o homem não se restrinja ao necessário ok, isso porem não pode justificar nem balizar suas ações desenfreadas), me refiro ao acumulo exagerado de certos objetos, ao consumismo, no caso de sapatos de couro e outros objetos associados a morte animal qualquer unidade é acumulo desnecessário, que implica sofrimento a outros seres, neste ponto podemos associar a matança de animais ao grupo de ´´desnecessários``, já que sabemos a muito que a carne é desnecessária ao organismo humano, e qualquer exame apurado de nossa constituição física não diz o contrário; arcada dental de onívoros que somos não possue dentes afiados desenvolvidos para desfiar a carne dos outros animais e sim dentes chapados e trituradores, próprio para grãos e outros alimentos duros; sistema digestivo complexo e com duraçao de horas muito superior ao que o organismo dos carnivoros leva para ejetar a carne, o que causa sérios danos referentes ao desenvolvimento de microorganismos presentes no animal em putrefação dentro ainda do corpo humano, prejudicando sua disposição e saúde.

Até quando precisaremos escravizar as outras espécies em nome de uma pseudo humanidade desenvolvida? Pode-se argumentar a favor do uso de animais em relação a diversas facetas da vida, como por exemplo a utilização do leite e ovos dos animais que não traria tamanho prejuízo aos primeiros e desde sempre se mostrou alvo da utilização dos humanos. De fato para que isto não fosse denominado utilização, os animais não poderiam estar enclausuados com o único própósito de fornecer-nos estes ´´produtos``. A relação estremamente desigual dos homens frente as animais rebaixa estes ao estatudo de produtos e resguarda aos humanos todo o direito de dispor ´´como bem entender`` de suas posses como direito.

Falar sobre vegetarianismo por exemplo sempre sugere ao interpelador incauto questões como; e os Indios? possuem grande relação com a natureza mas ainda assim comem carne ... ou ainda; E os esquimós? não há outra alimentação para eles além do peixe ... ou mesmo ; As pessoas precisam de carne para sobreviver, caso contrário morreriam... vamos esmiuçar estes pensamentos:
Realmente os Índios possuem relação proximal à natureza e isso fez com que desenvolvessem o espiríto oposto ao que decidimos nomear este texto, se a doença mental do homem que chamamos de egoismo esta posta devido ao seu antropocentrismo, especismo e necessidade de degradação da natureza e acumulo de bens, o Índio não se enquadra neste diagnóstico, devido sua relação próximal com a natureza, não adquire dela mais do que possa utilizar, e quando caça não comercializa apenas come com dignidade, estando ao seu alcançe o que puder alcançar sem deste animal(se for o caso) ter feito um objeto de criação e obtenção de lucro. Em relação ao esquimó poderiamos pensar que sua restrição de fato sugere uma NECESSIDADE de utilização de animais para alimentação, o que de longe acontesse ao homem moderno que tem ampla gama de alimentos a sua disposição, ricos em nutrientes e absolutamente suficientes para a manutenção da vida e da saúde (aqui incluindo a vida dos outros animais). Ao último argumento sugerimos novamente um retorno frente a constituição biológica de um humano, que de longe se assemelha a de um animal carnivoro, além disso sabemos de sociedades inteiras na India por exemplo que jamais se alimentaram de carne ou de derivados, eis por terra o mito da necessidade da carne...

Atrelada a toda argumentação de utilização animal, ou melhor, exploração, observamos a doença mental do homem que enraizada em sua comodidade prefere trazer dor e sofrimento desnecessários aos animais (sim eles sofrem!)do que repensar suas relações paradgmáticas perante a alimentação, transporte, desenvolvimento farmacológico entre outros setores que sumariamente exploram as outras espécies, com o devido mascaramento de sua ausência ética em nome da Ciência, progresso, diversão ou seja lá o que, justificando brutalidades e violência.

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