domingo, 14 de fevereiro de 2010

Psicologia das Emergências e Desastres - Resumo de Cartilha do CFP

1º Seminário Nacional de Psicologia das Emergências e dos Desastres
Contribuições para a Construção de Comunidades mais Seguras



RESUMO


Abertura

- baixa prevenção, limitação na atitude cultural.
- poucas políticas públicas na área
- interseção com a defesa civil
- necessidade de formação e produção acadêmica
- preparar comunidades como atores fundamentais do próprio cuidado
- construção do espaço urbano de forma desigual e suscetibilidade das áreas mais frágeis
- questão ambiental mundial envolvida
- Brasil com aprox. 5500 municípios e boa parte com coordenadoria local de defesa civil

Conferência

- modificação de eventos da natureza antes do desastre
- Conceito de desastre: evento extraordinário, gera destruição considerável de bens humanos e materiais, podem ocorrer lenta ou repentinamente, de causa natural (enchente, terremoto, furacão) ou provocado pelo humano (guerra, terrorismo, vandalismo)
- Fases do desastre: pré-impacto, impacto e pós-impacto
- Tipos de atingidos: Depende. Com vivência prévia (algo habitual), com enfermidades (mentais, cardiológica), com apoio social e psicológico, com incapacidade física ou sensorial, idosos e crianças, que desempenham funções-chave
- Fatores de risco: número de mortos, dimensão da destruição, intensidade do desastre, centralidade na comunidade, duração, rapidez, grau de previsibilidade, periodicidade do fenômeno, falta de costume
- pouca atenção/estudo ao estado/equilíbrio emocional, foco limitado nas necessidades básicas
- Respostas psicológicas: 1ª fase: choque, apatia, confusão. 2ª fase: dualidade - atentidos mais dóceis e não atentidos angustiados. 3ª fase: euforia por estar vivo, solidariedade, delitos, depressão.
- Manifestações psicológicas: diferença da resposta em função do agente causador, personalidade (expectativa, querer permanecer), experiências durante impacto (perdas de entes queridos, riscos à própria vida), consequências do impacto (morte e luto, lesões, cadáveres).
- Objetivos terapêuticos: aliviar aflição, modificação de conduta, restaurar capacidade para lidar com estresse, reestruturar/reorganizar laços físicos e sociais, trabalho contínuo multidisciplinar, prevenção e promoção de saúde mental por equipes de suporte, fomentar mecanismos adaptativos, restaurar "eu", confiança, auto-estima, trabalhar sentimentos de culpa e relacionados ao desastre, identificar fatores de riscos, trabalhar com líderes comunitários, trabalhar reinserção na comunidade, trabalhar o luto.
- Leis: 1974 nos EUA: primeira lei com seção sobre orientação psicológica aos atingidos
- El Salvador, em 2001, preparou-se por meio de um programa mental diminuiu os impactos negativos de um desastre.
- OPS cria na América Central o CRID - Centro de Informação sobre Desastres, temática de saúde mental incluida.
- Equipe: necessidade de preparação, conhecimentos em promoção de saúde mental, reabilitação psicossocial, abordagem deve envolver aspectos do cotidiano, identificar problemas emergentes e preparar respostas, capacitação das pessoas da comunidade, desenvolver estratégias comunitárias para agilizar assistência, presença do trabalho de saúde mental nas instituições com planos instituicionais.
- Conhecer histórico da pessoa atendida (pessoal, familiar, social, emocional, experiências).
- Importância da prepração antes da ocorrência dos desastres naturais para facilitar reação e organização.

- Sistema Nacional de Defesa Civil:
- órgão superior: o Conselho Nacional de Defesa Civil (representantes Ministérios e Estados)
- órgão central: Secretaria Nacional de Defesa Civil (coordenação de todo sistema)
- há órgãos estaduais e há previsão de órgãos regionais
- órgãos municipais: Coordenadorias Municipais de Defesa Civil e Núcleos Comunitários de Defesa Civil
- órgãos setoriais: toda a Administração Pública como bombeiros, polícia militar, exército, marinha, aeronáutica, Conselho Federal de Psicologia e os órgãos de apoio ao Sistema.
- Criação e implantação de Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres.
- pessoas atingidas por desastre podem sacar R$ 2.600,00 do FGTS e há auxílio emergencial financeiro para quem não possui FGTS com 200 mil pessoas atendidas em 2005. 
- objetivo é democratização do saber em defesa civil
- menos de 10% dos municipios com corpo de bombeiros
- implantação de sistema de alerta e alarme barato e eficiente via parcerias com institutos de meteorologia,



Mesa-redonda 1

(Aléxis Lorenzo Ruiz)
- presença dos desastres ao longo da história do homem
- estudos de Freud sobre neuroses traumáticas após 1ª Guerra Mundial
- estudos sobre "vitimologia" durante 2ª GM
- psicotraumatologia moderna: compreender sofrimento e atuação das comunidades atingidas por desastres
- Psicologia em Cuba com 80 anos, início e desenvolvimento multidisciplinar
- fatores a serem avaliados na Psicologia cubana: memória histórica/diferenças culturais, mudanças na sociedade/novos desafios, desenvolvimento técnico-científico e reconhecimento e desenvolvimento do papel do psicólogo, principalmente em programas de saúde
- estudos e discussão sobre situações (emergência, desastre e catástrofe) e desastres não limitado a causas naturais, mas eventos negativos no cotidiano de famílias (morte, divórcio, doenças)
- estudos em vários de análise sobre a comunidade para elaborar programas de prevenção
- reconhecimento de ruptura na vida cotidiana provocada pelo desastre mas que não é deterministicamente fatal/traumático para todos
- existe ênfase no aspecto afetivo, emoções, mas o aspecto cognitivo também é de grande importância como a básica percepção sensorial
- estudos nas comunidades com tipos distintos de desastres verificando quais situações de estresse e sofrimento humano que levam ao trauma psicológico
- programas para comunidade identificar possíveis pessoas a serem afetadas/envolvidas
- programas que a aspiram a uma cultura de readaptação, não apenas recuperada
- uso de terapias breves e técnicas de educativas, relaxamento, comportamentais
- programas de ajuda não como substitutos/fazer pelo outro mas como programas que gerem capacidade dos envolvidos descobrirem por si mesmos soluções para os próprios problemas
- Cuba tem defesa civil (sistema de medidas defensivas) em todas as cidades
- eixo fundamental na comunidade e atividades focadas na educação/cultura/esporte
- preparo da comunidade: amortecimento rápido e precoce do impacto.



(Susana Chames de Rozen)

- Há tempos o homem tenta conceituar desastres, interpretar riscos e estratégias para dominá-los
- primeiras tentativas foi construção de zonas áridas no Rio Nilo, Tigres e Eufrates para neutralização das inundações/excesso de água
-  1930: engenharia ambiental, consciência dos desastres
- década de 70: relação desenvolvimento vulnerável e desastre
- “As conseqüências dos desastres estão estritamente relacionadas com os efeitos que produzem as
modalidades de “desenvolvimento” quando estas geram vulnerabilidade” Allan Levell
- “A vulnerabilidade, diante dos excessos da natureza, não é de caráter nem de origem “natural”; é de
caráter e origem social”. Allan Levell
- impacto se converte em desastre de acordo com o lugar onde acontece, locais inadequados
- não-percepção do risco e a predominância da negação são mecanismos para evitar a angústia de lidar com possibilidade, sensação de não ter recursos para agir
- falhas na utilização dos materias para construir edifícios
- capacitação dos indivíduos que trabalham em instituições para darem primeiras indicações do que fazer em situações de risco
- gestão integral do desastre: antes, durante e depois
- dever de incluir na cultura técnicas de prevenção, proteção, modificar condutas de risco. Não apenas informar ou dizer que é proibido mas sensibilizar/envolver para o papel/participação na situação

(Roberto Bastos Guimarães)
- custo financeiro insustentável dos desastres
- sinistro: evento externo ao indivíduo ou grupo, altera condições, gera danos/prejuízos/vítimas
- emergência: sinistro absorvido/superado pela comunidade sem auxílio externo
- desastre: sinistro que ultrapassa absorção, necessidade de auxílio externo
- ameaça: fenômenos natural/social/tecnológico que pode causar sinistro
- vulnerabilidade: situação (variável em função da ameaça) de pessoa/bem que permite ocorrer sinistro
- risco (ocorrência de danos): ameaça/vulnerabilidade/capacidade
- É mais fácil gastar muito para uma resposta pouco eficiente que investir para prevenir algo que
poderia não ocorrer (de Ville de Goyet)
- Ideal: multissetorial, prevenção e resposta, envolve todos agentes, responsabilidade emergência e desenvolviemnto
- Redução vulnerabilidade: alteração condição estrutural, treinamento técnico, educação, renda, compreensão das ameças (primeiros sinais, evolução, término) e instrumentação de previsão e acompanhamento
- Mudança cultural: incorporar gestão de risco política públicas, avaliar impacto socioambiental e desenvolvimento, melhorar preparação e conhecimento,  incluir temática de gênero
- Gestão de risco: processo de planejamento e controle para reduzir riscos, gerenciar desastre e recuperação. 
- desastres naturais e antrópicos, formados ao longo do tempo - sistema produtivo, meio ambiente, assentamentos
- desastres complexos: vínculos entre a globalização, as desigualdades e os conflitos, exemplo guerras (Diminuição da função do Estado, Graus crescentes de privação relativa, Aumento da privatização, Aumento da competição pelos recursos, Deterioração das redes de seguridade social, Maior disponibilidade de armas, Menor tamanho do setor público)
- risco de colapso e conflitos internos: Desigualdade, Características demográficas que mudam rapidamente, Falta de processos democráticos, Instabilidade política, Composição étnica do grupo governante
drasticamente diferente da população em geral, Deterioração dos serviços públicos, Grave declínio econômico, Ciclos violentos de vingança


continua...

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