domingo, 30 de agosto de 2009

A virtualidade das relações interpessoais atuais

"...Herdeiros são agora
Da virtude que perdemos...
Há tempos tive um sonho
Não me lembro, não me lembro..." Renato Russo

Ao mesmo tempo que a tecnologia proporcionou novas formas de se relacionar (como por exemplo um jovem com deficiência, sem poder andar e falar ser um dançarino requisitado no Second Life), ela também não limitou velhas formas de se relacionar? Dificilmente se tem brincadeiras "físicas", simples como pega-pega e esconde-esconde (aliás, isso é sexual...tomar cuidado e ensinar métodos contraceptivos, "já com pouco idade estão dando"...).

Não se pode abordar o assunto criticando o que a tecnologia nos trouxe, que é muito bom obrigado e estamos utilizando agora, mas o que ela nos tirou ou que no mínimo nos limitou a percepção (ou então nos faz emocionar ao ver recordações de brincadeiras, alimentos e programas no rádio ou na tv da infância).

Pensando de uma forma básica, quanto você costuma tocar uma pessoa ao longo do dia? Quanto você se toca ao longo do dia? Quanto você usa o seu corpo que não seja ficar sentado na frente do computador ou de pé num coletivo para se locomover a um local onde você possa ficar novamente sentado na frente do computador?

Essas perguntas acho que fariam mais sentido se fossem: Quanto você costuma tocar no "mouse" ao longo dia? Quanto você tocou no seu celular ao longo do dia? Nossos instrumentos tecnológicos, já nossos, MEU, são tão nossos que nós tocamos mais nele do que em nós mesmos ou em quem gostamos. É como se já nascessemos com o celular acoplado. Daí vem consequências danosas e ideológicas, como nascermos consumidores, competindo, quantos espermatozóides não lutaram para apenas um ser você? Você não tem celular ainda? De que planeta você veio?

Agora, com a tecnologia, a ilusão de relacionamento é mais forte do que nunca. Temos prazer em conseguir não mais em abraçar, em beijar, em conversar e paquerar, mas em ver compilação de todas as formas possíveis de sexo. Conhecemos bem uma atriz pornô mas temos dificuldade em falar sobre nossa colega de sala há uns 3 anos.

Essa síndrome de modernidade reflete bem nos anúncios de lojas de manutenção: "Evite solidão, consertamos seu playstation". O segredo atual está na virtualidade. É ela que está delineando nossa subjetividade e fazendo repensar os processos, até os programas de televisão estão utilizando da virtualidade para ter mais interação. Não que você interaja, como um exercício no teatro do oprimido, mas escrever um texto do celular significa que você existe. Você não é ninguém. Você agora tem nickname e mais, seguidores que você não faz a mínima ideia quem sejam.

Sempre que eu vejo músicas ou compilações dos anos 80 no YouTube, ou então slides em correntes por email, eu leio comentários saudosistas, pessoas realmente querendo voltar no tempo e vivë-lo novamente, pior, dizendo o quão ruim está atualmente, não apenas culturalmente mas no cotidiano, como andar nas ruas, o noticiário, a moradia e a sensação de segurança.

Fica então a dúvida: será que chegaremos num ponto em que seremos tão "virtualizados" que não mais nos preocuparemos se estamos tocando fisicamente mas o quanto estamos tocando subjetivamente uma pessoa? será que descobriremos que a balança está pesando mais de um lado que do outro e precisamos reavaliar o que temos por relacionamento e corporeidade?

Sobre relacionamentos amorosos - parte 2

O que eu não consigo entender é: pra que o casamento? É o tipo de coisa que a gente aceita como tradição cultural, mas esquece que criação também é cultural. Aparentemente é mais um contrato regendo nossa vida de formalismo, dever.

Isso me faz pensar também na nossa forma de lidar com os problemas e dificuldades: poucos enfrentam. O comum é tirar o time de campo, deixar quieto, desencanar, não esquentar a cabeça, tá ruim vai embora, ame-o ou deixe-o, e por aí vai. Também se critica e não se propõe outras soluções, formas de melhorar, sempre a grama do vizinho é mais verde e pra lá que eu vou.

Voltando na questão do relacionamento, a sua ausência, já comercializada em solidão, revela-se um martírio. Hoje as pessoas não sabem ser só. Não se propõe autonomia para essa questão, toma-se isso por inviável, nem se faz com que essa condição seja um pilar para crescimento de qualquer outra atividade. Você é só e é sofredor, perdedor. Todos os dispositivos institucionais estão ao meu favor.

Todas as novelas, ao longo de todos os capitulos, têm vários relacionamentos amorosos ou conjugais, com mais ou menos intimidade, brigas. Relacionamento amoroso é o grande objetivo. Não veremos solteiros se dando bem. Haverá neles algo fundamental "em falta", o outro, que não é que a própria possibilidade, potencialidade.

Nossa potencialidade é exatamente a nossa capacidade ontológica de fazer com que o outro se revele a nossa percepção, que tenhamos abertura para experienciá-lo. Não se possui um relacionamento, se experiencia. Não há posses, como se pensa em casamento, que consigam dar conta de "deter" o outro, agora você é meu.

Assim, acho uma análise coerente sobre o relato do rapaz que mantém um relacionamento com uma pessoa em que ele observa comportamentos desagradáveis, conflituosos, superficiais mas insiste nesse relacionamento, não se limitar a abordar como um erro, uma impossibilidade de "ter mais", atos de "cabeça-dura". Ele experienciou todos os momentos, doentio ou não, ele viveu o relacionamento. Poderia-se dizer assim como ele foi um "experimentalista", flertou, namorou, casou, brigou, chegou a hora de continuidade no devir, no fluxo que caracterizou até então sua existência. A instituição oficializada não pode ser um fim de vida. Seria interessante pensar assim, além da desconstrução do casamento mas a sua melhoria, o que se pode mais.

Isso me fez pensar no nosso comportamento: fica-se arrumado quando se está solteiro, pra ficar sossegado depois de casado ou somente após casado é que a pessoa "toma jeito"?

Você também encontra este texto em

sábado, 29 de agosto de 2009

Psicologia no Sistema Prisional

CFP - Diretrizes para atuação e formação dos psicólogos do sistema prisional brasileiro(diretrizes de atuação da página 104 em diante)
http://www.pol.org.br/pol/export/sites/default/pol/publicacoes/publicacoesDocumentos/depen_cartilha.pdf


Jornal CRP SP - ano 18 • número 122 • maio / junho 2000
Justiça - A Psicologia possível dentro das prisões
http://www.crpsp.org.br/crp/midia/jornal_crp/122/frames/fr_justica.aspx

Jornal CRP SP - ano 18 • número 122 • maio / junho 2000
Justiça - A Psicologia possível dentro das prisões - Psicologia em presídios é rotina de pressões - Detentos produzem arte em Franco da Rocha
http://www.crpsp.org.br/crp/midia/jornal_crp/122/frames/fr_sociedade.aspx


Tratamento adequado aos presos.
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=46802&tid=2479862235661343353&kw=prisional


Por meio da cartilha de atuação no sistema prisional, dá pra se depreender o seguinte:
• atuar com vistas à vida além dos muros;
• estimular descontinuidade dos círculos viciosos;
• reduzir danos causados pela prisão;
• desconstuir conceito de crime como unicamente patológico;
• mostrar dispositivos sociais;
• estimular dispositivos e disponibilizar recursos que estimulem autonomia e individualidade;
• desconstruir estigmas e impedir incremento da criminalização;
• construir projetos interdisciplinares para garantia de direitos, promoção de saúde e do trabalhador do sistema
• equipes diferenciadas para o dependente químico;
• defender importância da alfabetização;

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A noção do espaço público

O que é o espaço público? De forma simples, pode-se dizer que é um local usado essencialmente em comum por várias pessoas, sem restrição de acesso, como a rua, ou com algumas restrições, como o m² de um trem.

Quando usado em grandes concentrações de pessoa e em curto espaço de tempo, não há espaço público que se mantenha sem que a própria noção do nosso espaço, espaço do "eu", vá por água abaixo. Quer dizer, sentimentos que você não costuma pensar com frequência ou apenas em certos momentos mais "íntimos", podem aparecer e tomar-lhe por completo a sua "subjetividade", vontades que costumam aparecer quando se está indignado ou excitado, podem aparecer e impulsionar-lhe para atos "desafogadores". Quer dizer, esse espaço que até então tinha um objetivo bem simples e direcionado, começa a tomar proporções gigantescas e a influenciar na forma como você passa a se relacionar naquele momento.

Eu não consigo imaginar que outra explicação possível para compreender como uma pessoa consegue se manter frente ao esmagamento, encoxamento, sufocamento, descontentamento, esgotamento e todos esses "mentos" que combinam em "aguentamento" senão por TRANSE. É, indução hipnótica mesmo. Na marra.

Quando o trem abre as portas, você é o primeiro da fila, trocentos querem sair e trocentos querem entrar. Embate de montanhas em que você está no meio impedindo a passagem, pois você ainda não é passageiro mas uma barreira. Consideremos o termo "passageiro" quando você não estiver mais com os pés no chão. Daí então você já não estará mais como estava antes a nível "mental" ou que pelo menos sua consciência tenha se modificado a partir do momento em que o seu corpo passou de você para a posse alheia (ou o que se depreende de "esguelar em vão"). Pode ser que sua roupa esteja amassada, sua testa, virilha e axila molhadas, ou até que sua "roupa de baixo" esteja fincada em seus genitais, mas mentalmente é que há algo acontecendo de verdade, você está em transe e nada mais disso importa. Você vai sair dessa em alguns minutos, talvez horas, mas quando sair será outra pessoa, voluntariamente com termos que se aproximariam de "violentada" para o código penal mas que para você será entendido como "alívio" e sensação de dever cumprido.

Tá vendo? Foi tão difícil assim?

domingo, 23 de agosto de 2009

Testes Psicológicos na seleção

O trabalho do psicólogo não é de reprovar. É selecionar. Faz-se no mínimo um bem público ao não selecionar pessoas em desacordo com o tipo de profissional que a empresa contratante procura.

O que se pode discutir é que o processo de avaliação poderia ser em mais sessões, até como forma de evitar possíveis erros e burlagem. Uma resposta "você foi reprovado." sem justificativas é ao meu ver anti-ético e fomenta grande parte da indignação do candidato.

RESOLUÇÃO CFP N.º 01/2002
Regulamenta a Avaliação Psicológica em Concurso Público e processos seletivos da mesma natureza.

Código de ética profissional do psicólogo
Art. 18 – O psicólogo não divulgará, ensinará, cederá, emprestará ou venderá a leigos instrumentos e técnicas psicológicas que permitam ou facilitem o exercício ilegal da profissão.

Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos:
f) Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos,
informações concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu
objetivo profissional;

i) Zelar para que a comercialização, aquisição, doação, empréstimo,
guarda e forma de divulgação do material privativo do psicólogo
sejam feitas conforme os princípios deste Código;

Art. 2º – Ao psicólogo é vedado:
h) Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas
psicológicas, adulterar seus resultados ou fazer declarações falsas;


sábado, 22 de agosto de 2009

Eu tenho, tu tens, ele tem, nós temos, vós teis, eles têm.

"sopra tutto, astenersi dalla roba d'altri; perché li uomini sdimenticano più presto la morte del padre che la perdita del patrimonio." Machiavelli, Il Principe


-->

"(o homem) Deve, sobretudo, abster-se dos bens alheios, posto que os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai do que a perda do patrimônio."



Eu ainda não entendo como conseguimos fazer uns traçados na terra e dizer "isto aqui é meu, vou vender por x reais". Quem disse que é seu? Um pedaço de papel ou o sangue nas mãos dos seus antepassados? Nem na ética kantiana isso dá certo ou que é vital para humanidade porque há vários hectáres inutilizados, enquanto outras pessoas se amontoam encima das outras em cidades com IDH baixíssimos ou simplesmente os sem-terra que ficam literalmente sem a terra para moradia e produção porque ela "é" de alguém. Esse conceito de posse é ainda muito primitivo, gera violência, sangue, contratualismos exagerados, enche departamento jurídico de prefeitura com pendências (e um GASTO enorme).

Numa aula de Antropologia com a professora doutora Hertha, ela fez a seguinte pergunta: "Qual é a primeira coisa que a gente fala quando nasce? É MEU!". rs É muito interessante esse conceito pois demonstra como nos relacionamos de modo a "tomar/obter posse". Até experiências são posses. "Eu TENHO sonho", "Eu TENHO sexo", "Eu TENHO amor-próprio".

Daí que vêm os loucos que dizem: pode levar. Na hora da partida não importa quanto eu tente vou ter de largar tudo mesmo. (Oh yeah, Benjamin Button e Alex Supertramp).

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Mais uma vez (e aconteceu de novo)

Sim, no trem, lotado.

• Dessa vez, um homem aproximadamente 28 anos, sentado junto de outro de pé, na mesma faixa etária.

• Um dos homens falava como se estivesse cantando, muitas gírias (primeira vez que ouço "o chicote vai estralar"), uma forma de falar demonstrando reação, indelicadeza, incompreensibilidade, ansiedade, agressividade. Enfim, mais um se expressando com violência e intimidação, irônico que eu estava com a música "Tenderness" (delicadeza, em português) na cabeça, música que me traz significados memoráveis.

• O homem sentado estava sentado perto de mim. As pessoas à minha volta ficavam olhando, discretamente, de vez em quando. Era como se houvesse uma amarra, os movimentos mais duros, a esponteneidade mais limitada. Uma moça sentada à minha frente ficou dura, não levantava a cabeça, apenas aquela forma de "espiada", vale notar que um tempo depois que a dupla foi embora, não só ela teve mais movimentos com a cabeça como também se articulou um pouco, assim como um outro rapaz que começou a conversar com uma moça que estava no vagão há um bom tempo.

• O que é interessante: no mesmo vagão, havia um casal com um bebê. Mas o bebê, um verdadeiro cantor, berrava muito alto e eu mesmo me sentia com dor de tanta dor que o bebê conseguia expressar num grito estridente, monotônico, quão alto suas cordas vocais alcançassem. No momento em que isso acontecia, o homem ficava quieto, a conversa cessava. Até se ouvia "a mãe nessas horas que sofre pra aguentar, eu não queria ser ela".

• Daí que eu penso: só há violência enquanto há medo. Violência é uma forma de expressão marcada pela reação, agressividade em relação ao medo percebido/lidado. De que ele está reagindo? O que faz ele se expressar assim e inclusive na medida em que a conversa se desenvolve o tom fica mais alto, mais dinâmico, como se ele se identificasse com o que diz. A neuropsicologia tem isso bem claro, postarei algo relacionado em breve. Pra começar a introdução desse post, o homem nasce bom?

Em breve mais sobre esses episódios hehehehe

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Sobre suicídio - Cartilha do MS

• Quase 1 milhão de mortes por ano (900 mil em 2003).
• Entre as três maiores causas de morte dos 15 aos 35 anos.
• Para cada suicídio há média de 5 ou 6 pessoas próximas ao falecido que sofrem conseqüências emocionais, sociais e econômicas.
• 8000 suicídios no Brasil em 2004, entre os 10 maiores com números absolutos
• Quase 4 suicídios de homem para cada mulher (3,7:1 em 2004)
• Apesar do número absoluto menor do que os homens, mais mulheres têm cometido suicídio (aumento de 24,7% entre 1994 e 2004, para 16,4% para homens)
• Estima-se que tentativas de suicídio supere em 10 vezes o número de suicídios
• O estado com maior índice de suicídios no Brasil é Rio Grande do Sul (8,16%).
• A região com maior índice de suicídios é a Sul, seguida do Centro-Oeste (6,25%).
• Numa pesquisa feita em Campinas, de cada 100 habitantes, ao longo da vida, 5 fazem planos de suicídio e 3 fazem a tentativa.
• Os principais fatores de risco para o suicídio são: história de tentativa de suicídio e transtorno mental.
• Numa pesquisa da OMS, 2002, com mais de 15.000 casos, as causas foram 36% transtornos de humor, 22,5% uso de substâncias, 11,5% transtorno personalidade, 10,5% esquizofrenia, 6% transtorno ansiedade
• Três características psicológicas principais das pessoas sob risco de suicídios: Ambivalência (querem alcançar morte mas também viver, luta "interna"), Impulsividade (durar alguns minutos ou horas, desencadeado por eventos negativos), Rigidez/constrição (dicotômia: tudo ou nada, única solução, sem outras maneiras, "visão em túnel")
• Atenção: Frases de alerta: “Eu preferia estar morto”, “Eu não posso fazer nada”, “Eu não agüento mais”, “Eu sou um perdedor e um peso pros outros”, “Os outros vão ser mais felizes sem mim” + 4D (depressão, desesperança, desamparo e desespero
• Mitos: “Se eu perguntar sobre suicídio, poderei induzir o paciente a isso.” -> questionar de modo sensato e franco aumenta vínculo com o paciente, “Ele está ameaçando suicídio apenas para manipular.” -> precisa ser levado a sério, chegar a esse tipo de recurso indica sofrimento e necessidade de ajuda, “Quem quer se matar, se mata mesmo.” -> imobilismo terapêutico, descuido, evitar os que se pode evitar, “Quem quer se matar não avisa.” -> pelo menos 2/3 haviam comunicado de alguma maneira, “O suicídio é um ato de covardia (ou de coragem)”. -> dor insuportável, “No lugar dele, eu também me mataria.” -> julgamento pessoal, risco de identificação.
• Comunicação: Ouça com cordialidade, Trate com respeito, Empatia com as emoções, Cuidado com o sigilo.
• O que fazer: Ouvir, mostrar empatia, e ficar calmo, Ser afetuoso e dar apoio, Levar a situação a sério e verificar o grau de risco, Perguntar sobre tentativas anteriores, Explorar as outras saídas, além do suicídio, Perguntar sobre o plano de suicídio, Ganhar tempo – faça um contrato, Identificar outras formas de dar apoio emocional, Remover os meios pelos quais a pessoa possa se matar, Tomar atitudes, conseguir ajuda, Se o risco é grande, ficar com a pessoa.
• O que não fazer: Ignorar a situação, Ficar chocado ou envergonhado e em pânico, Tentar se livrar do problema acionando outro serviço e considerar-se livre de qualquer ação, Falar que tudo vai ficar bem, sem agir para que isso aconteça, Desafiar a pessoa a continuar em frente, Fazer o problema parecer trivial, Dar falsas garantias, Jurar segredo, Deixar a pessoa sozinha.

MEC - Anhanguera

No site da Anhanguera, há uma página sobre o MEC.


Eu encontrei as informações do MEC sobre as unidades da Anhanguera, entre elas, a minha, UNIA:

CONDIÇÕES DE OFERTAS DOS CURSOS SUPERIORES (Atendimento a Portaria MEC Nº 40/2007 – 12/12/2007)
A presente publicação retrata o conjunto de dados e informações que o Centro Universitário de Santo André, estabelecimento de educação superior, estão obrigadas a tornar público, pela Portaria N.º 40/2007 do Ministério da Educação.



Nesse link, há toda relação de professores da faculdade, com título e regime de trabalho. Há também as normas, mensalidade, provas e regimento da faculdade. Vale notar que há uma portaria do MEC que obriga os Centros Universitários a ter no mínimo 1/3 de todo corpo docente com MESTRADO e 1/5 contratado em horário integral.

Testes Psicológicos

No site do CFP, tem algumas páginas dedicadas ao esclarecimento dos testes psicológicos.

SATEPSI - Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos

Lista de testes com parecer favorável (aprovados) - Agosto 2009

Perguntas e respostas sobre testes psicológicos


Lembrando, testes psicológicos são instrumentos com validação científica e de uso privativo do psicólogo. Mal uso (art.2e/f/g/h, art. 18, código de ética profissional do psicólogo) ou exercício ilegal (art. 42, código penal) deve ser denunciado nos Conselho Regionais de Psicologia ou na justiça comum.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Material de Psicologia, livros, sebos, online

Livros Universitários de Psicologia na Siciliano
http://tinyurl.com/psicosiciliano


Maior rede de sebos do Brasil, 1500 sebos com 5 milhões de livros


Google Acadêmico: livros e artigos em português e outras línguas com visualização total ou parcial


Diretório no 4shared com muuuitos artigos e livros de Psicologia, tudo em Português


Link da Siciliano obtido pelo grupo Psicologia Anhanguera do Google Groups.

Mamata - Psicologia da Saúde

Agora a parte da mamata, a única coisa que você precisa fazer para ser fera, é, adivinhe, Ler, de graça!

Portal de Saúde Mental do governo federal:
http://portal.saude.gov.br/saude/area.cfm?id_area=925

Resumo mamão com açucar sobre implantação de CAPS, NASF, Residências: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/rede_de_saude_mental_revisado_6_11_2008.pdf


Saúde Mental no SUS - Manual do CAPS:

Reforma Psiquiátrica e política de Saúde Mental no Brasil (história, desafios): http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/relatorio_15_anos_caracas.pdf




Dados da rede de saúde mental em dezembro de 2008:
http://www.inverso.org.br/blob/194.pdf

CRPSP - a inserção da psicologia na saúde suplementar: http://www.crpsp.org.br/crp/midia/cadernos_tematicos/4/frames/fr_indice.aspx


CFP - I Fórum Nacional de Psicologia e Saúde Pública: contribuiçóes técnicas e políticas para avançar o SUS: http://www.pol.org.br/pol/export/sites/default/pol/publicacoes/publicacoesDocumentos/cartilha_forum_nacional.pdf

História e Memória da Psicologia em SP: Trajetória da Psicologia Hospitalar em São Paulo

TV Diversidade 56 - "Saúde"

Lei N.º 10.216, de 06 de abril de 2001
Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos
mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.

Lei Nº 10.241, de 17 de março de 1999
Dispõe sobre os direitos dos usuários dos serviços e das ações de saúde no Estado e dá outras providências

Prefeitura de SP - Dicas de relacionamento com as pessoas com deficiência

CRPSP - Marcha em Brasília defende conquistas da Reforma Psiquiátrica

terça-feira, 18 de agosto de 2009

ONG ensina inglês gratuitamente para adolescentes de baixa renda

Procurando no Google por algumas ONGs que prestam serviço de ensino de línguas gratuitamente, cheguei à pagina da English For All, uma ONG que possui um sistema muito interessante de estrutura, participação e parceria.


• Público-Alvo: adolescentes de baixa renda entre 11 e 17 anos.

• Cursos oferecidos: Inglês Educação (11 a 13 anos) e Inglês Profissão (14 a 17 anos), cada um em 4 módulos semestrais de 72 horas, 1 hora de aula semanal com atividades interativas, de manhã ou de tarde, de segunda a sábado.

M-D-O: Voluntariado com inglês intermediário ou avançado, preparado com 2 horas de reunião informativa (como trabalham, qual material) e capacitado com 8 horas de treino intensivo num sábado. Trabalho de 20 horas semestrais incluindo aulas e reuniões de avaliações. Existem também voluntários facilitadores, com objetivo de intermediar a relação ONG e voluntário.

Sustentabilidade: Doação de material escolar (lista disponível), "adoção" de classe (1 semestre com 15 alunos - R$300) e parcerias.

Parcerias: ONGs da região que disponibilizam sala, público-alvo e programação na agenda de suas atividades; empresas, instituições e fundações que captam m-d-o, material escolar, cedem bolsas de estudos, espaço, passagens aéreas, serviço de contabilidade e informática.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

E aconteceu de novo...

Pois é, mais uma situação delicada em coletivos. A concentração de pessoas num espaço pequeno permite experiências interessantes, na maioria das vezes fazendo rever o que se tem por técnica na sua forma mais acessível.

Dessa vez, duas crianças se encarregaram de me mostrar, mais uma vez, uma triste realidade brasileira. Assim que eu entrei no trem, uma delas que estava sentada na chão se moveu para próximo de onde estava seu colega, sentado. O que me deixou impressionado foi a pouca idade das crianças, pequenas, pele-e-osso, no máximo 10 anos de idade e com tão pouca idade apenas conseguir conversar com seu colega em tom de ameaças, xingamento, críticas, impaciência, irritabilidade. Conheço crianças assim pequenas tão diferentes, podemos imaginar tanto a causa desse comportamento, seja ausência dos pais, experiências indesejáveis, amigos em situação e relação de violência, como também o que significa essa forma de falar; um tom alto e forte que tentam alcançar para exprimir um modo de se relacionar marcado pela violência.

Tudo se passou alí, perto de mim e de quem mais estivesse por lá no vagão ouvindo. A percepção do todo que permanece para mim é a expressão de violência como forma de denúncia, sem uso de artifícios para ser gritante. Conversando com pedagogos que tem trabalho ativo na sala de aula com crianças dessa idade, é comum ouvir que crianças que recebem pouco ou nenhum cuidado parental são as mais carentes e difíceis de se lidar e ensinar, i.e. normalmente as que tem um comportamento que procura ser mais aparente que os das outras crianças, seja gritando, usando tom de ameça, apegando-se a símbolos e mostrando a soberania deste, mostrando um comportamento irratidiço, baixa iniciativa e participação nas atividades propostas. Como não era uma sala de aula, mas um vagão de trem e o tema não era sobre português ou matemática, mas que "o coro tá comendo", há algo bem diferente aí e eu não penso que seja para o bom desenvolvimento.

Ah sim, a parte técnica, nessas horas é que se pensa quanto temos de capacidade para lidar com esse tipo de situação, se é que lidamos, ainda sem ensino claro e direcionado na nossa formação. A escuta nessas horas se mostra o pilar da técnica, pois é dela que se baseará todo planejamento e ação. Vale lembrar que a personalidade terá papel fundamental pois é dela que se estabelecerá uma forma progessiva de confiança e influência, acima de tudo, para iniciativa e contexto.

Outras perguntas e considerações:

• Será que o modelo de consultório, de fazer essas crianças se dirigirem a um local que não é o ambiente em que elas passaram a grande parte da sua juventudade, quem sabe o restante de sua vida, não é limitado e descontextualizado?

• Seria a clínica ampliada, sem uma instrução clara no currículo atual da maioria das faculdades de psicologia uma forma de superar esse tipo de limitação?

• Clínica se faz no local. Todo local é um bom local e não há necessidade de um enquadre tão rigido como na psicoterapia.

• Como há muitas pessoas, a personalidade do profissional se mostra aparente. Ponderando sobre isso no momento, lembrei-me de uma oficina de psicodrama (precisamente sóciodrama) e o quanto ela me foi útil para conhecer técnicas de relaxamento, socialização, contextualização, confiança, reciprocidade, exposição, autoconhecimento e enfim, uma forma bem prática de fazer pensar, refletir.

Vou procurar artigos relacionados e postarei em breve.