sábado, 26 de setembro de 2009

Quando o que era relacionamento termina em suicídio


Algo que eu encontrei de muito interessante estudando sobre o suicídio, e que vale para outros comportamentos é: SE a pessoa precisa chegar ao nível de pensar em suicídio, já é motivo para precoupação.

Ainda que a pessoa não tivesse a capacidade de concretizar o ato, no mínimo pode ser entendido como um pedido de atenção. Aqui que ocorre o grande erro nos relacionamentos: "não vou dar o braço a torcer". Quando o intercâmbio não encontra complemento, começa esse jogo "quem prova mais?". Esse tipo de atitude foi a mesma que a namorada desse jovem chileno fez. Inclusive, para se chegar no pensamento de suicídio, já é prova cabal que não há diálogo de forma que se explicite as necessidades individuais, o que cada um quer e como se faz para alcançar isso. Considero boa prática ir além da "tacitacidade" dessas (de)limitações e falar abertamente sobre o que se quer no relacionamento.

É comum relativizar esses comportamentos, menosprezar, "psicologizar". Daí que vem a fala "as brigas são normais no relacionamento, nenhum é perfeito". E o que é discutido nas brigas? "Po***, eu odeio que vc fique fazendo isso e isso, que m****, por que que vc vive fazendo isso e isso? Já falei (na nossa última briga) que eu quero isso e isso".

Importante que essa prática não implica de maneira alguma voltar a ter/constituir o relacionamento, mas como pode algo que se estrutura ao longo de anos repentinamente terminar e as pessoas acharem que "tudo bem"? As pessoas utilizam o relacionamento como motivação, embasamento para ações, planos de vida, memória de momentos íntimos ou coisas em comum e para o lado negativo, co-dependência, muleta, culpado. Não há quem aguente essa mudança brusca e é interessante notar também que o rapaz tinha 26 anos, provavelmente formado, pelo menos com alguma profissão na carteira. Faixa alvo das estatísticas de suicídio.

É preciso segurar a onda e perceber que não foi fácil ter o relacionamento nem vai ser fácil sair (considerando relacionamento de vínculo forte, pois o "fast-relate" é tarefa artística levada a cabo pelos jovens nos encontros de massa via ranking de beijadas e encoxadas).

Respeitada as proporções, pensar e falar em se suicidar não é uma "cantada". Mesmo que isso se mantenha no relacionamento, não é "legal" nem de longe sinal de qualidade de um relacionamento ter a necessidade desse tipo de atitude, mostra inclusive como foi e se dá fracamente a forma como os envolvidos fomentam o bem estar do parceiro.

Tópico também no orkut.

Nenhum comentário: