quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Críticas ao texto da virtualidade nos relacionamentos


Crítica: "hoje em dia não precisamos mais dos inconvenientes de pessoas "reais" para vivenciar nossas fantasias"

Aí que tá a questão: as pessoas não precisam considerar o que o outro traz como inconveniente, vivendo as fantasias a dois, três, quantos forem, sem precisar ficar isolado em máquinas, exceto no caso em que a pessoa deliberadamente queira vivê-la "secretamente".

Ainda assim, há uma diferença entre querer vivê-la só e utilizar um instrumento para simular vivendo-a em conjunto, já considerando pela "via patológica", como restristo na sua relação com o outro, que é o que tentei empreender com o texto. A pessoa conhece perfeitamente uma modelo, ou seja, ele tem capacidade de conhecer e se relacionar com uma pessoa, mas essa pessoa ele jamais teve contato físico, jamais trocou palavras, sequer ela sabe de sua existência, ainda que ele conheça todos os meios de manuseá-la via o instrumento que a simula. Mas quando essas possibilidades são acessíveis e os únicos instrumentos são a própria pessoa, como no relacionamento eu-tu comum em que há reconhecimento da singularidade, desenvolvimento da sensibilidade, esse comportamento é simplesmente inexistente e inesperado.

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