domingo, 13 de setembro de 2009

´´Perder o que sequer se possui``

A minha curta experiência Psicanalítica ( como estudante e como analisante) , cada vez mais me leva a perceber que fazer análise é perder algo que sequer se possui.Lacan fala do furo do real , e é neste furo do real que a análise se encontra , é nesta imcapacidade de o real conter um objeto imáginário, simbolizado pelo sujeito que a experiência analítica irá se dar . A frustração é tema central , ou seja o dano no imaginário causado por um agente real (analista). O dano no imáginário é exatamente este , a perda de algo que sequer se possui , este algo parece se materializar na pessoa do analista , ao que Lacan denomina de´´ objeto a `` causa do desejo.
Pode se pensar , pra que fazer análise se a perda , ou dano no imaginário é tão grande , visto que o esvaziamento de libido do ´´objeto a`` (final da análise) , é o resultado da própria perda deste objeto (imaginário)?Bom os ganhos também são grandes com certeza , e sentidos através de pequenas e grandes mudanças , ´´no discurso antes(mais) disconexo da vida`` , o analista esta fora da cadeia de significantes do analisando (objeto real), podendo intervir quando este mal-goza , atraves do corte da sessão.
O corte da cessão não é apenas uma barragem ao discurso desgovernado , ou repetido , o discurso ao qual o sujeito nem se dá conta , ela é o impulso que levará o sujeito a perlaborar seus sintomas , criando novas vias de acesso ao desejo , posto que ele sempre existirá , mesmo ao final da análise , o desejo é e sempre será a denuncia da falta do sujeito.
Se a análise realmente leva o sujeito a perder o que ele ao menos possui , o leva tambem a poder desejar , a se implicar com seu desejo e escolher de forma menos sintomatica os objetos parciais de acesso ao ´´bom gozo`` , este sim ignorado pelo analista .
Frente ao mau gozo o analista diz não , frente ao bom gozo o analista nada diz , este bom e mal não devem ser entendidos à maneira maniqueísta , eles devem ser entendidos como gozo perlaborado e gozo arcaico fruto da privação e desistituídos de uma implicação por parte do sujeito.
Por mais que seja um TRABALHO ao pé da letra se empenhar em um processo de análise , o ganho ( a despeito das perdas dos ´´lucros secundários da neurose``)tambem é muito grande , é o ganho de se implicar diretamente com a vida , o empoderamento , alem disso não entendo outra maneira de levar o sujeito ao auto-conhecimento que não seja o trabalho interior.