terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Mentiras e limitação no relacionamento

Existem formas de se responder a algumas questões que não são comuns para uma pessoa, quem tem relacionamento de longa data percebe isso, normalmente uma fala mais retraída, tom mais fraco, volume mais baixo, expressão lacônica. Não apenas mentiras são observadas nessa situação, mas pensamentos, memórias que passam pela cabeça e alteram o humor, enrijecimento dos músculos, repetição de movimentos.

Perguntas ou um simples questionamento socrático podem penetrar nesses pensamentos e verificar sua autenticidade.

Um ponto a se considerar: crianças mentirosas são inteligentes, pois mentira envolve criatividade e raciocínio, é mais difícil mentir, criar contextos que se encaixam numa forma de manipular a percepção do outro. Refletir a moral do ato não envolve destruir a capacidade de fazê-lo, pois caímos naquela discussão se devemos mentir ou não, e entramos numa discussão ética.

Quando se comenta "Sou tímido e olho pra baixo não conseguindo olhar no olho pra responder, mas não estou mentido", o problema está em não conseguir olhar, ser restringindo no seu relacionamento com o outro. Olhar por olhar é relativo, mas ser incapaz de olhar no olho com necessidade de se responder a uma pergunta, é algo que precisa ser refletido.

Importante lembrar também que temos uma representação dos olhos. Quem não deixa de sentir alguma coisa quando vê uma foto em que há alguém com olhos em direção a quem está olhando a foto (olhando para a lente)? Alguns estudos científicos nessa área mostram que o comportamento das pessoas é alterado em função desse olhar, inclusive com sensação de ser observado, vergonha, timidez, inibição.

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