segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Psicologia e Mídia I

Numa propaganda de uma empresa de bebida alcoólica tem-se a comparação do futebol a uma guerra. O que tem a ver transformar torcedores de futebol numa rua em soldados ensandecidos armados com espadas e escudos? Nem relação com o futebol nem com a cerveja.

O que queremos? Vender bebida ou incitar violência? Ouça um pouco o vídeo do CFP. Tem um trecho da Ana Bock exatamente comentando como as produtoras desses comerciais aproveitam algo de expressão ampla e popular para associar à venda de seus produtos e a Goffmann comentando a naturalização desses produtos e campanhas ("sempre foi assim"). Dá pra se questionar bastante quem está ganhando com o futebol: enquanto as emissoras de TV batem recorde de lucros os torcedores ideologizados sentem mais raiva e depressão.

É tão alucinante que os torcedores se armam, brigam e se matam e quem faz alguma coisa efetiva são os jogadores no campo. É o cúmulo da alienação.

Isso porque só estamos considerando em relação ao futebol. O forte dos produtores está no machismo e exploração das mulheres. "Tome uma cerveja e você terá tudo o que deseja na sua vida, principalmente mulheres gostosas. É incrível como elas caem de quatro por uma pessoa que bebe cerveja, instaneamente elas se tornam apaixonadas e burras, fáceis de serem exploradas."

Vale lembrar: não apenas bebidas alcoolicas mas brinquedos. Na bebida, o enfoque na valorização do indivíduo EM grupo (coerente com o modo de beber masculino), nos brinquedos, o enfoque na valorização do indivíduo DO grupo (coerente com o mundo restrito e autocentrado da criança).

Tudo ingenuamente, claro, questão de "gosto".

Proposta do CFP para a 1ª Conferência Nacional de Comunicação
Pelo Fim das Publicidade de bebidas alcoolicas

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