segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Raiva

As pessoas "tranquilas", que dificilmente ficam irritadas, estão reprimindo sua raiva, ou estão fazendo certo em não irritar-se com qualquer coisa?

Nesta pergunta temos duas questões:

- As pessoas "tranquilas", que dificilmente ficam irritadas, estão reprimindo sua raiva?
- As pessoas "tranquilas" estão fazendo certo em não irritar-se com qualquer coisa?

Há muitas formas de se expressar raiva. Podemos inclusive expressá-la de modo que passemos a informação e sem que o outro sinta-se ofendido ou tenha intenção de revidar também agressivamente.

Será que podemos considerar que há algo sendo reprimido uma vez que não encontramos reações físicas e emocionais?

Um pai ao lado do filho que fica nervoso com uma pessoa na rua e ao invés de bater na pessoa expressa tranquilidade e contorna a situação com um comportamento mais aceitável e criativo, fica a questão se isso é uma repressão ou uma resposta inteligente.

No contexto podemos perceber se a tranquilidade é coerente. Se o comportamento é de tranquilidade quando "internamente" há algo "pulsando", precisamos considerar também o porquê de sentir a raiva e o porquê de expressar tranquilidade, se é de fato uma forma adequada de expressar os sentimentos negativos. Não apenas a pessoa considera essa reposta como menos ruim, mas sim como um produto social valorizado.

Importante não confundirmos uma resposta tranquila com passividade. Com certeza seria possível considerar algo não expressado nem tematizado como fonte de descontentamento com nossa ação no mundo e nos outros.

Para a segunda pergunta, "não irritar-se com qualquer coisa", o tipo de humor que procura encarar as situações de modo sereno, risonho, de bem com a vida se apresenta como o mais saudável para nossa saúde mental.


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